O presidente Lula participou de uma cerimônia no Rio de Janeiro para celebrar o retorno do manto sagrado Tupinambá ao Brasil, após sua permanência na Dinamarca desde o século 17. Embora a devolução do artefato tenha sido organizada por meio de articulações entre embaixadas e lideranças indígenas, a falta de envolvimento direto dos Tupinambá durante o processo gerou críticas. A anciã Yakuy Tupinambá expressou insatisfação com a falta de transparência, e Lula reforçou a necessidade de alocar o manto na Bahia, enfatizando a importância de reconhecer a história indígena e seus direitos.

O Supremo Tribunal Federal (STF) iniciou uma série de audiências para discutir o marco temporal das terras indígenas, com o objetivo de encontrar um consenso entre indígenas e ruralistas. As reuniões vão até 18 de dezembro, e a Corte já rejeitou ações que buscavam definir 5 de outubro de 1988 como o parâmetro para a demarcação. Enquanto isso, agricultores e representantes indígenas continuam em conflito, evidenciado por protestos e invasões em terras. O MP e a Força Nacional de Segurança Pública estão envolvidos para garantir a segurança dos indígenas, mas a confiança e a mediação permanecem desafiadoras.

Em Douradina, MS, a retirada da Força Nacional permitiu que jagunços atacassem indígenas Guarani e Kaiowá, deixando dez feridos, sendo dois em estado crítico. A violência foi intensificada por políticos ruralistas, que incentivaram o ataque, e gerou questionamentos sobre a decisão da Força Nacional de desmobilizar na área. Os feridos foram socorridos para o Hospital da Vida, enquanto a Defensoria Pública da União anunciou uma representação para destituir o comando da Força Nacional no estado. A tensão já havia aumentado na região após um ataque anterior e a presença de jagunços armados foi relatada por indígenas locais.